terça-feira, 6 de setembro de 2011

Encontro Cidades Vivas Cidades Mortas

Iremos, ao longo dos próximos dias, publicar os curricula e os resumos dos trabalhos que os oradores convidados irão apresentar no próximo dia 23 de Setembro, no sítio arqueológico de Miróbriga.

Dra. ELENA MORAN, Câmara Municipal de Lagos

CV:
http://www.uniarq.net/elena-moraacuten-cv.html


Resumo da comunicação:
"A GESTÃO URBANA DA CIDADE COMO SÍTIO ARQUEOLÓGICO: O CASO DE LAGOS (ALGARVE).


Uma das opções estratégicas do PROT-Algarve é a qualificação das condições de conhecimento do Património e da respectiva valorização. Ela determina orientações estratégicas visando proteger, salvaguardar e valorizar o património como factor de desenvolvimento. Como objectivo operativo resulta, entre outros, promover a requalificação, revitalização, valorização e dinamização dos conjuntos urbanos através da execução e aplicação dos adequados instrumentos de gestão urbana. Procura-se assim optimizar, nas autarquias locais, a articulação entre os serviços culturais e os de gestão urbana e de obras, promovendo o acompanhamento dos projectos numa perspectiva transversal.

Em Lagos operacionalizou-se esta articulação integrando a área de arqueologia na Divisão de Gestão Urbana do Departamento de Planeamento e Gestão Urbanística, no entendimento de que a área urbana de Lagos constitui um amplo «sítio arqueológico», onde a cidade actual se sobrepõe a horizontes de ocupação pré e proto-históricos, romanos, medievais e modernos.

Partindo da premissa de que a cidade encerra um «arquivo de terra», contendo informação relevante para o conhecimento da sua história e que caracteriza a sua especificidade cultural, e com uma experiência de 8 anos de gestão, foi aprovado internamente, em 2010, um Programa Global de Arqueologia Urbana. Este corresponde a um conjunto de acções programadas a médio prazo para salvaguardar e rentabilizar o património passível de valorização, partilhando o seu conhecimento com a população residente e com as comunidades sazonais. Na prática, o Programa corresponde a uma estratégia sustentável, previamente definida e planeada no âmbito da Gestão Urbana, e resulta na protecção e na conservação dos testemunhos históricos e na sua valorização como recursos culturais, sem por isso inviabilizar ou reduzir a execução de novas operações urbanísticas.

Para o êxito do Programa contribui a elaboração de uma Carta de Risco, baseada numa Carta de Sensibilidade Arqueológica que permite planificar as operações urbanísticas em consonância com as pré-existências, salvaguardando o património arqueológico. A par das intervenções preventivas, resultantes da aplicação sistemática do princípio do poluidor pagador e da conservação pelo registo científico, a implementação de um projecto de investigação geoarqueológica e a investigação programada da estação arqueológica de Monte Molião e da villa romana de São Pedro de Pulgão, demonstram a mais valia de um conhecimento efectivo de qualidade do território urbanizável, apoiado por Centros de Investigação Universitários, para uma estudada Gestão Urbana, no pólo oposto da tradicional intervenção arqueológica de emergência, resultante de uma evidente falta de planeamento."

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