domingo, 16 de outubro de 2011

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Conclusões do encontro "Cidades Vivas Cidades Mortas"

Apresentamos as conclusões, aprovadas no encerramento do encontro "Cidades Vivas Cidades Mortas", da autoria do Dr. Sérgio Pereira Bento:

Encontro "Cidades Vivas Cidades Mortas"


CONCLUSÕES


Integrado nas Jornadas Europeias do Património, a Liga dos Amigos de Miróbriga e o Núcleo de Arquitectos do Litoral Alentejano promoveu, no Centro Interpretativo de Miróbriga, no dia 23 de Setembro, um primeiro encontro dedicado ao tema: “Cidades Vivas, Cidades Mortas”.


Entenderam os organizadores convidar para esta reflexão, agentes do planeamento urbano, como autarcas, arqueólogos, arquitectos, urbanistas, historiadores, técnicos municipais, para reflectir sobre a importância deste diálogo entre o Passado e o Presente nos meios urbanos, já que, como se diz na apresentação do Evento, “Na sociedade contemporânea são cada vez maiores os conflitos entre as necessidades e os requisitos da vida moderna e a presença e as memórias do Passado, a que genericamente se designa o Património Cultural Edificado”.


Os objectivos deste encontro, que se pretende o primeiro de muitos, são:


Elencar os principais problemas, atritos ou conflitos que as diferentes especialidades encontram na gestão diária da Polis moderna.


Clarificar a convergência de interesses entre autarcas, arqueólogos, arquitectos, engenheiros, promotores, que é na maior parte das vezes, complicada e é necessário identificar algumas dessas divergências e subsequentemente modos de as minimizar…


Coligir e divulgar exemplos, boas práticas e saudável convívio entre os diversos interesses.


Lançar as bases para a futura discussão para uma possível carta de boas práticas que congregue estas diferentes especialidades.


Pretende-se que estes encontros prossigam procurando demonstrar mais casos de sucesso, de equipas multidisciplinares com excelentes resultados (por exp. Museu Machado de Castro ou Santa a Clara a Velha; Alcácer do Sal, Lagos, Coimbra,) e alargar a outros especialistas, como por exemplo, arquitectos paisagistas, técnicos de turismo, etc.


Numa outra fase, será necessário reflectir na questão económica e de marketing, de como estas Cidades Velhas podem trazer notoriedade e valor acrescentado e financeiro às Cidades Novas.


Assim os participantes no primeiro encontro “Cidades Vivas, Cidades Mortas”, concluem, e declaram de toda a importância:


Enaltecer e incentivar a realização de iniciativas de divulgação e animação de Sítios Arqueológicos com encontros temáticos e através de um conjunto de acções de animação; e fomentar outras de carácter formativo, no sentido de manter as “Cidades Mortas” como Sítios Arqueológicos Vivos.


Reconhecer que é possível manter o rigor histórico e a autenticidade e simultaneamente transmitir conhecimento de um modo didáctico-pedagógico, reabilitando o património, valorizando-o, acrescentando um estímulo decisivo recriando simultaneamente o ambiente e as acções que foram caracterizando o sítio nas suas várias épocas, dando uma nova vida e imagem ao património, designadamente com recurso a recriações históricas, ao texto, ao desenho, ao foto-realismo, à recriação virtual e à sua divulgação por meios os mais diversos, incluindo os electrónicos em rede.


Definir e divulgar às populações e com as populações, a especificidade do património edificado e o interesse em estudar a “ruína”, como fragmento de arquitectura do passado, em contextos historicamente enquadrados.


Tomar exemplos de referência e prova de que, de hoje em diante, só devem fazer-se intervenções urbanas em articulação, numa indispensável metodologia de trabalho em equipa multi-disciplinar, no entendimento de que as áreas urbanas actuais se sobrepõem a horizontes de ocupação mais antigos, nalguns casos – a maioria – pré e proto-históricos, romanos, medievais e modernos.


Clarificar e caracterizar o papel dos vários saberes no processo de interpretação e intervenção dos locais, na perspectiva da metadisciplinaridade .


Considerar que os sítios arqueológicos, designadamente as cidades romanas, islâmicas e de outras épocas, são ainda hoje uma lição, e tentar com elas aprender como se pode usar, reciclar e proteger bens naturais como a água, jardins e bosques, de forma sustentável e equilibrada.


Partir da premissa de que uma cidade viva encerra um «arquivo de terra», contendo informação relevante para o conhecimento da sua História e que caracteriza a sua especificidade cultural, e a partir desta premissa, incentivar a organização de Programas Globais, que correspondam a um conjunto de acções programadas a médio e longo prazo para salvaguardar e rentabilizar o património passível de valorização, partilhando o seu conhecimento com a população residente e eventualmente com comunidades sazonais, no pólo oposto da tradicional intervenção avulsa, resultante de uma evidente falta de planeamento.


Valorizar o que é único e irrepetível no património edificado antigo.

Desmontar estes mal-entendidos com programas que provem, no terreno, que as intervenções de reabilitação exigem tempo, dinheiro e engenho, mas dão um admirável contributo para a saúde social e económica dos locais onde ocorrem.

Contribuir para a definição de um modelo de desenvolvimento equilibrado em função do bem-estar dos cidadãos.

Fomentar a participação activa das populações – enquanto cidadãos de pleno direito – na gestão do presente e na planificação do futuro, no âmbito de espaços inclusivos quer de permanência como de encontro – a polis do séc. XXI.

Santiago do Cacém e Sítio Arqueológico de Miróbriga, 23 de Setembro de 2011





quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Agradecimento

Gostaríamos de agradecer a todos os que participaram no encontro "Cidades Vivas Cidades Mortas", aos oradores, que generosamente partilharam connosco excelentes comunicações, ao Dr. Sérgio Pereira Bento e aos apoios recebidos, porque sem eles não teria sido possível: Núcleo de Arquitectos do Litoral Alentejano, Direcção Regional de Cultura do Alentejo, Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Junta de Freguesia de Santiago do Cacém, Caixa de Crédito Agrícola, L Arquitectos, Smile@culture, Hotel Caminhos de Santiago e aos excelentes voluntários da LASAM: , Anabela, Ana Sabino, Ivone Pereira Bento, João Sousa, José Matias, José Raul, Natália Caiero, Rosa Pereira, Rui Fragoso e Sofia Tereso.
A todos muito obrigado e até para o ano!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A Cinco Tons: Cidades Vivas, Cidades Mortas

A Cinco Tons: Cidades Vivas, Cidades Mortas: " Parti eu, em trabalhos anteriores, do princípio de que os vestígios do "Passado Remoto" em meio urbano poderiam contribuir para uma melho...

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Encontro Cidades Vivas Cidades Mortas

Hoje publicamos aqui o resumo da comunicação da Dra. Filomena Barata, grande amiga e profunda conhecedora de Miróbriga:

1 - Que papel podem desempenhar os vestígios do Passado remoto na paisagem urbana?


2 - Será possível que eles participem, a par do Edificado, já que são as ruínas dificilmente reutilizáveis, um papel rememorativo ou sociabilizador?

Parti eu, em trabalhos anteriores, do princípio de que os vestígios do “Passado Remoto” em meio urbano poderiam contribuir para uma melhor articulação entre o Espaço e o Tempo.

É óbvio após a experiência vivida em alguns Centros Históricos, designadamente o de Évora, não me é possível fazê-lo partindo dos mesmos pressupostos ou, pelo menos, formulá-los como se tratassem de dados adquiridos ou indicutíveis, pois nem sempre é possível compatibilizar o Passado e o Presente, questão que se coloca com mais acutilância quando tratamos de vestígios arqueológicos.


Aqui fica o seu resumo biográfico:

Maria Filomena dos Santos Barata


Licenciada em História, pela Faculdade de Letras de Lisboa, em 1980, com o Mestrado de Arqueologia na Faculdade de Letras do Porto em 1995.
Técnica Superior do IGESPAR, a partir de 2011.
Foi Directora Regional de Évora do IPPAR de 2001 a 2009.
Foi Co-responsável do Programa «Itinerários Arqueológicos do Alentejo e do Algarve».
Foi responsável pelas Ruínas de Miróbriga e do seu programa de Valorização, até 2008, mantendo um projecto de investigação deste Sítio Arqueológico.
Fez parte do Conselho Editorial do Consórcio da Cidade Histórico-Artística e Arqueológica de Mérida e foi a correspondente portuguesa da Revista de Arqueologia, Madrid.
Autora de inúmeros artigos e obras na área do Património Arqueológico e Edificado.
Faz parte da Liga de Amigos de Miróbriga desde a sua criação.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Encontro Cidades Vivas Cidades Mortas

Hoje publicamos o resumo da comunicação que o Arq. Pedro Alarcão, da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto irá proferir.

Conimbriga. Conservação e Inteligibilidade



A comunicação desenvolve-se em torno de quatro questões fundamentais: qual o interesse em estudar a ruína, fragmento de arquitectura do passado; qual o papel do arquitecto no processo de descoberta e interpretação da ruína; qual a especificidade do património arqueológico; e, finalmente, como se caracteriza a intervenção do arquitecto na ruína.


Do Arq. Pedro Alarcão podemos referir que é arquitecto (FAUP, 1986), Doutorado em Arquitectura com a tese Construir na Ruína. A propósito da cidade romanizada de Conimbriga (FAUP, 2009). Docente da FAUP desde 1993, actualmente é Professor Regente das disciplinas de Projecto 2 do Curso de Mestrado Integrado (MIARQ-FAUP), de Metodologias de Projecto do Curso de Estudos Avançados em Património Arquitectónico (CEAPA-FAUP) e de Arquitectura, do Perfil B, do Programa de Doutoramento em Arquitectura (PDA-FAUP). Participa em diversos cursos, conferências e workshops sobre o Património Arquitectónico, organizados por várias instituições, nacionais e estrangeiras. Tem igualmente actividade de projecto nas áreas da habitação unifamiliar, equipamentos e conservação e reabilitação patrimonial. Membro do Conselho Assessor da Revista Arqueologia de la Arquitectura (Revista do Conselho Superior de Investigações Cientificas, Ministério de Ciência e Inovação, Espanha). Membro do Conselho Cientifico da FAUP. Investigador do Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo (CEAU-FAUP), Grupo Património Arquitectónico da Cidade e do Território (PACT), onde coordena uma Linha de Investigação intitulada Atlas das Vias e Cidades Antigas de Portugal. Interesses de investigação: Arquitectura, Património arquitectónico e arqueológico.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Programa definitivo do encontro

09.00 – Recepção e confirmação de inscrições


09.30 – Inicio dos trabalhos

09.45 – Apresentação:

Presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém – Vítor Proença

Presidente da Ordem dos Arquitectos – Arq. João Rodeia

Directora Regional de Cultura do Alentejo – Prof. Dra. Aurora Carapinha

10.15 – 1ª Sessão

Dr. Santiago Macias – Vereador da Câmara Municipal de Moura

Arq. Ricardo Pereira – Câmara Municipal de Sines

Dr. António Vallera - ERA Arqueologia

11.15 – Coffee break

11.30 – 2ª Sessão

Dra. Inês Vaz Pinto – Estação Arqueológica de Tróia

Eng. João Appleton – A2P

Arq. Victor Mestre - vmsa arquitectos

13.00 – Almoço livre

14.30 – 3º Sessão

Dr. Rui Fragoso/Arq. Carmen Pinela - smile@culture

Arq. Pedro Alarcão – FAUP

Dra. Conceição Lopes – Instituto de Arqueologia da Universidade de Coimbra

Dr. Luis Mata – Câmara Municipal de Santarém

15.45 – Coffee break

16.00 – 4ª Sessão

Dra. Filomena Barata - IGESPAR

Dra. Elena Moran – Câmara Municipal de Lagos

Arq. Pedro Paredes – Presidente Câmara Municipal de Alcácer do Sal

16.45 – Conclusões

Dr. Sérgio Pereira Bento

17.00 – Encerramento

Jorge Nunes – Presidente da Assembleia-geral da LASAM

17.15 – Visita a Miróbriga

18.45 – Jantar volante em Miróbriga.

[Setúbal na Rede] - “Cidades Vivas, Cidades Mortas”

[Setúbal na Rede] - “Cidades Vivas, Cidades Mortas”

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Encontro Cidades Vivas Cidades Mortas

E hoje apresentamos o resumo da comunicação que será apresentada pelo representante da ERA Arqueologia, Dr. António Carlos Valera:

Originalidade e Relação: dois problemas colocados à gestão de património urbano


Na breve intervenção será debatido o problema da importância originalidade e da vivência como factores centrais ao cumprimento da função social do património, assim como o problema do contexto relacional que se estabelece entre formas e a sua importância na gestão de património urbano.


 
Sobre a ERA Arqueologia, pode ser consultado o seu site aqui:
http://www.era-arqueologia.pt/home.html

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Encontro Cidades Vivas Cidades Mortas

Hoje publicamos o resumo da comunicação do Arq. Pedro da Cunha Paredes, Presidente da Cãmara Municipal de Alcácer do Sal:

Para a maior parte das pessoas viajar é, basicamente, deambular pelo casco antigo das cidades e vilas visitadas. Isso significa que a maioria de nós valoriza o que é único e irrepetível no património edificado antigo. Acontece que, na nossa vida quotidiana, nem sempre somos capazes de contribuir, de forma eficaz e prática, para contrariar o novo-riquismo da política do betão. De facto ainda existem muitos autarcas que consideram que as "novas urbanizações" dão votos, muitos arquitectos que julgam que projectar é fazer "obra nova, limpa e fotogénica" e muitos promotores que acham que ninguém compra edifícios restaurados, porque são caros e não têm garagem.


Em Alcácer do Sal estamos a tentar desmontar estes mal entendidos e por isso lançámos um programa (programa RUAS) que pretende provar, no terreno, que as intervenções de reabilitação exigem tempo, dinheiro e engenho, mas dão um admirável contributo para a saúde social e económica dos locais onde ocorrem. Assim tenhamos razão!


Pedro da Cunha Paredes

CV:
Licenciado em Arquitectura em 1981. Durante a frequência do curso colaborou com vários gabinetes de projecto nomeadamente com o do Prof. Arq.to Fernando Távora. No referido gabinete dedicou-se ao trabalho de recolha e classificação do Património Arquitectónico do Centro Histórico da Cidade do Porto (operação SAAL).

3- Exercício profissional
1981/1982- Foi colaborador do gabinete de projecto Enarco, com sede em Lisboa, onde se dedicou ao trabalho de pormenorização de obra a partir de um projecto de arquitectura industrial (fundição de aço da Cometna).
1982/1984- Foi colaborador do gabinete de projecto Centrotécnica, com sede em Lisboa, onde integrou a equipa que fez a pormenorização de obra do Hotel Novotel (situado na Av. José Malhoa, junto à praça de Espanha, em Lisboa).
1984/1988- Foi admitido, através de um concurso público, na Divisão de Urbanismo Equipamento e Habitação da Câmara Municipal de Alcácer do Sal. Na referida Divisão dedicou-se ao Planeamento Urbanístico e à reorganização do sector de projecto. Foi nomeado Chefe de Divisão em 1987.
1988- Formou o seu próprio gabinete de projecto, onde passou a trabalhar como profissional liberal.
1988/2005- Acumulou a gestão do gabinete com a actividade de projectista e com o acompanhamento e fiscalização das respectivas obras. Deu apoio técnico à empresa de construção Delrutecto, com sede no Barreiro. Realizou peritagens para os Tribunais de Alcácer do Sal e de Setúbal. Realizou avaliações de prédios urbanos para o Banco Português de Investimento.
2004/2005- Exerceu a actividade de perito avaliador ao serviço do Ministério das Finanças.
4- Actividade cívica e política
1989/1993- Exerceu o cargo de membro da Assembleia Municipal de Alcácer do Sal, como independente, em representação do Partido Socialista.
1993/1995- Exerceu o cargo de vereador da Câmara Municipal Alcácer do Sal, como independente, em representação do Partido Socialista.
Em Outubro de 2005 foi eleito Presidente da mesma Câmara Municipal. Renovou o mandato, para o quadriénio seguinte, nas eleições autárquicas de 2009.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Encontro Cidades Vivas Cidades Mortas

Iremos, ao longo dos próximos dias, publicar os curricula e os resumos dos trabalhos que os oradores convidados irão apresentar no próximo dia 23 de Setembro, no sítio arqueológico de Miróbriga.

Dra. ELENA MORAN, Câmara Municipal de Lagos

CV:
http://www.uniarq.net/elena-moraacuten-cv.html


Resumo da comunicação:
"A GESTÃO URBANA DA CIDADE COMO SÍTIO ARQUEOLÓGICO: O CASO DE LAGOS (ALGARVE).


Uma das opções estratégicas do PROT-Algarve é a qualificação das condições de conhecimento do Património e da respectiva valorização. Ela determina orientações estratégicas visando proteger, salvaguardar e valorizar o património como factor de desenvolvimento. Como objectivo operativo resulta, entre outros, promover a requalificação, revitalização, valorização e dinamização dos conjuntos urbanos através da execução e aplicação dos adequados instrumentos de gestão urbana. Procura-se assim optimizar, nas autarquias locais, a articulação entre os serviços culturais e os de gestão urbana e de obras, promovendo o acompanhamento dos projectos numa perspectiva transversal.

Em Lagos operacionalizou-se esta articulação integrando a área de arqueologia na Divisão de Gestão Urbana do Departamento de Planeamento e Gestão Urbanística, no entendimento de que a área urbana de Lagos constitui um amplo «sítio arqueológico», onde a cidade actual se sobrepõe a horizontes de ocupação pré e proto-históricos, romanos, medievais e modernos.

Partindo da premissa de que a cidade encerra um «arquivo de terra», contendo informação relevante para o conhecimento da sua história e que caracteriza a sua especificidade cultural, e com uma experiência de 8 anos de gestão, foi aprovado internamente, em 2010, um Programa Global de Arqueologia Urbana. Este corresponde a um conjunto de acções programadas a médio prazo para salvaguardar e rentabilizar o património passível de valorização, partilhando o seu conhecimento com a população residente e com as comunidades sazonais. Na prática, o Programa corresponde a uma estratégia sustentável, previamente definida e planeada no âmbito da Gestão Urbana, e resulta na protecção e na conservação dos testemunhos históricos e na sua valorização como recursos culturais, sem por isso inviabilizar ou reduzir a execução de novas operações urbanísticas.

Para o êxito do Programa contribui a elaboração de uma Carta de Risco, baseada numa Carta de Sensibilidade Arqueológica que permite planificar as operações urbanísticas em consonância com as pré-existências, salvaguardando o património arqueológico. A par das intervenções preventivas, resultantes da aplicação sistemática do princípio do poluidor pagador e da conservação pelo registo científico, a implementação de um projecto de investigação geoarqueológica e a investigação programada da estação arqueológica de Monte Molião e da villa romana de São Pedro de Pulgão, demonstram a mais valia de um conhecimento efectivo de qualidade do território urbanizável, apoiado por Centros de Investigação Universitários, para uma estudada Gestão Urbana, no pólo oposto da tradicional intervenção arqueológica de emergência, resultante de uma evidente falta de planeamento."

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Programa


quarta-feira, 31 de agosto de 2011

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Programa e oradores

Aqui está o programa provisório.
Em breve o programa final, com os títulos das comunicações.

09.00 – Recepção e confirmação de inscrições

09.30 – Inicio dos trabalhos

09.45 – Apresentação:

     Presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém – Vítor Proença

     Presidente da Ordem dos Arquitectos – Arq. João Rodeia

     Directora Regional de Cultura do Alentejo – Prof. Dra. Aurora Carapinha *

10.15 – 1ª Sessão

     Dr. Santiago Macias – Vereador Câmara Municipal de Moura

     Arq. Ricardo Pereira – Câmara Municipal de Sines

     Representante da ERA Arqueologia

11.15 – Coffee break

11.30 – 2ª Sessão

     Representante da Câmara Municipal de Santarém *

     Eng. João Appleton *

     Arq. Victor Mestre

     Representante Câmara Municipal de Mértola *

13.00 – Almoço livre

14.30 – 3º Sessão

     Dr. Rui Fragoso/Arq. Carmen Pinela

     Arq. Pedro Alarcão – FAUP

     Dra. Conceição Lopes

     Dra. Filomena Barata

15.15 – Coffee break

15.30 – 4ª Sessão

     Arq. Pedro Paredes – Presidente Câmara Municipal de Alcácer do Sal

     Dra. Elena Moran – Câmara Municipal de Lagos

     Dra. Manuel Deus - IGESPAR *

16.45 – Conclusões

     Dr. Sérgio Pereira Bento

17.00 – Encerramento

17.15 – Visita a Miróbriga

18.45 – Jantar volante em Miróbriga.

* Sujeitos a confirmação

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Encontro "Cidades Vivas/Cidades Mortas"


“CIDADES VIVAS/CIDADES MORTAS”

Diálogos entre as cidades do passado e o futuro das cidades


PROGRAMA PROVISÓRIO

Na sociedade contemporânea são cada vez maiores os conflitos entre as necessidades e os requisitos da vida moderna e a presença e as memórias do património e do passado, a que comummente se designa de Património Cultural Edificado.

Apesar de existir, cada vez mais, uma consciência mais acentuada acerca da abordagem e da preservação do património e, mais concretamente, dos testemunhos históricos, as exigências técnicas, sociais e políticas são igualmente crescentes, por vezes agudizando um diálogo que é, habitualmente, muito complexo.

Assim, é de crucial importância reflectir e tornar este diálogo em algo frutuoso e que permita a investigação e o conhecimento do passado, o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida futura e a fruição e usufruto no presente.

O Núcleo de Arquitectos do Litoral Alentejano, em conjunto com a Liga dos Amigos do Sitio Arqueológico de Miróbriga, pretende convidar autarcas, arqueólogos, arquitectos, urbanistas e técnicos autárquicos (preferencialmente do Alentejo) para reflectir e dialogar, com o objectivo deste diálogo entre as cidades vivas e as cidades mortas seja profícuo e valorizador.

Integrado nas Jornadas Europeias do Património, este primeiro encontro, de um conjunto de dois, terá o seguinte programa provisório:

Data: Sexta feira, dia 23 de Setembro de 2011

Local: Centro Interpretativo do Sitio Arqueológico de Miróbriga, Santiago do Cacém

Mais informações em breve.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Assim vai o património romano da nossa região....

Trasncrevemos um artigo da Dra. Joaquina Soares, publicado no "setubal na Rede", a quem agardecemos:

Património


por Joaquina Soares
(Directora do MAEDS)

Disse património cultural? Atentado em Sines?

O conceito de património enquanto interlocutor privilegiado com o Passado, ou seja, enquanto garantia de continuidade e de sucesso do Presente, é intrínseco ao “ser social”, e, por isso, inquestionável factor de coesão. O património cultural constitui, metaforicamente, o “genoma” das comunidades humanas. Código da vida colectiva. Tal como as restantes componentes da vida social, transforma-se, reinterpreta-se e recria-se.
Fundamentalmente, o património colectivo reside na paisagem, espaço antropizado e “classificado” nos sistemas de povoamento e nas estratégias de subsistência dos diversos territórios. Mas existe também um património individual que se transmite por herança, e que possui um papel relevante na manutenção das relações de parentesco, da família à linhagem. Esse património móvel, marcador de filiação e de estatuto, encontra nas coleções museológicas o seu equivalente para a escala comunitária.
Qualquer uma das modalidades do património pressupõe as funções de conservação, investigação e valorização, segundo metodologias condicionadas pelo paradigma de património vigente para cada período histórico. Desinvestir no património cultural é obviamente investir no obscurantismo, na fragmentação e desconexão sociais, na incompetência sociotécnica intelectual e emotiva. Os efeitos destas medidas políticas desencadeiam estagnação e recessão sociocultural e, em última instância, podem desintegrar as respectivas formações sociais. As elites políticas que não entendem este mecanismo de sobrevivência social arrastam as populações que governam para árduas e inúteis viagens amnésicas, e, no limite, para a dissolução.
Na presente conjuntura, enfatizo a própria essência do património cultural, deixando para outra oportunidade a análise das suas diversas valências, nomeadamente o tão discutido efeito de trickle down (potenciação das atividades económicas e da criação de emprego), pois tenho de lamentar com veemência a abolição do Ministério da Cultura, medida por si só premonitória do caminho de pujante iliteracia que se anunciará mais adiante.
Aqui mesmo no Distrito de Setúbal, à cidade de Sines acaba de ser subtraída uma parcela do seu património, que não hesito em classificar de indispensável. Refiro-me aos vestígios da Sines Romana. Em terreno contíguo à muralha exterior do castelo tardo-medieval, duas oficinas romanas de produção de salgas e molhos de peixe assinalavam até há alguns dias atrás a origem e vocação marítimo-portuária deste núcleo urbano. O porto de Sines e a ilha do Pessegueiro (antiga Poetanion), sua extensão, constituem não só o mais importante conjunto portuário da costa alentejana, como desenvolveram a fileira produtiva dos preparados piscícolas, entre o século I depois de Cristo e meados do século V, altura em que se registou o seu abandono.
Tal como no Baixo Sado, a crise do século III na região de Sines, encontra-se bem documentada e resolvida através da reorganização da produção, apostada então na diversificação da oferta, ao serviço de mercados mais segmentados e distintos que os existentes no Alto Império. O Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal, sob a direção de Carlos Tavares da Silva [1], desenvolveu aqui na década de 90 do século XX um projecto de investigação, em torno desta problemática, escavando, estudando, publicando e apresentando ao público os vestígios dessa fase da história de Sines.
Pacientemente, estas arquiteturas milenares do núcleo histórico da cidade aguardaram em vão a conclusão do projeto de valorização. O espaço verde projetado, moldura do circuito de visita, com anfiteatro para fruição do espaço cultural e da baía, com apoio de cafetaria, foi sendo adiado. O abandono instalou-se; no sítio foi-se acumulando lixo e as legendas, apagadas por muitos sóis. Por fim, por decisão da Câmara Municipal, os vestígios arqueológicos fundadores do aglomerado urbano de Sines foram enterrados, devolvidos ao esquecimento, a favor de um parque de estacionamento, como se uns escassos metros quadrados abertos sobre o Passado fossem impeditivos de um qualquer outro uso da área envolvente...
Na semana passada, recebi um telefonema de uma cidadã sineense. Não acreditei no que ouvia. Perguntei: Disse património cultural? Atentado em Sines?
- Sim, estão a enterrar a memória desta terra e vocês não fazem nada!
Partilhei a sua indignação, sublinhando que cada cidadão conta, e que a vontade culturalmente esclarecida das populações é instrumento indispensável ao movimento da História.

[1] Para mais informação ver:

COELHO-SOARES, A. (2004) – Um projecto museológico para Sines. Musa. Museus, Arqueologia e Outros Patrimónios, vol. 1, p. 67-74.

TAVARES DA SILVA, C. e COELHO-SOARES, A. (2006)- Produção de preparados piscícolas na Sines romana. Setúbal Arqueológica, vol. XIII, p. 101-122.

TAVARES DA SILVA, C. e SOARES, J. (1993) – Ilha do Pessegueiro. Porto Romano da Costa Alentejana. Lisboa: ICN.

Joaquina Soares - 06-07-2011

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Carta enviada à Câmara Municipal de santiago do Cacém e Direcção Regional de Cultura do Alentejo

Exmo. Sr.


Presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém


Exma. Sra.

Directora da Direcção Regional da Cultura do Alentejo



Assunto: Requalificação da Estrada Municipal 550, Acolhimento a Miróbriga -

Obras na Estrada das Cumeadas

Realizam-se, desde há um mês, diversas obras de requalificação da Estrada Municipal 550 de Acolhimento a Miróbriga, ou seja, na habitualmente conhecida por "Estrada das Cumeadas" e por onde se faz o acesso ao sítio arqueológico.

A LASAM vem, por este meio, mostrar a sua preocupação e descontentamento relativamente ao facto de não estar a ser devidamente acautelado, pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém (CMSC), o acompanhamento arqueológico da empreitada, e em especial na zona que encontra numa Zona Especial de Protecção (ZEP).

A ausência desta medida de minimização, obrigatória por lei, põe em causa a salvaguarda, defesa e valorização do património que possa existir na zona envolvente ao sítio arqueológico, além do que não é um bom exemplo para toda a zona, em especial a vizinhança.

Apesar de ser uma intervenção, que aplaudimos e cque há muito que era necessária e que irá beneficiar toda esta zona, não podemos deixar de alertar para este facto.

Fazemos votos que a CMSC, juntamente com a Direcção Regional de Cultura do Alentejo, consigam assegurar o acompanhamento arqueológico do projecto.

Estamos sempre ao vosso dispor, na defesa e promoção deste monumento unico e de grande valia, como é o Sitío Arqueológico de Miróbriga e zona envolvente.

Aguardamos que a situação se resolva brevemente e em tempo útil.



Com os melhores cumprimentos.



O Conselho Directivo

sexta-feira, 6 de maio de 2011

quinta-feira, 28 de abril de 2011

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Dia Internacional de Monumentos e Sitios - Comunicação do Presidente do Conselho Directivo

Caros amigos, porque é entre amigos que nos encontramos, e porque somos amigos de Miróbriga.


Mais uma vez aqui nos encontramos no Dia Internacional de Monumentos e Sítios, que este ano tem como tema a “Àgua Cultura e Património”

A Liga dos Amigos de Miróbriga tem escolhido este dia para realizar algumas iniciativas que sirvam ao mesmo tempo para aumentar o nosso conhecimento e informação mas também com forma de convívio entre todos.

Antes de apresentar os nossos ilustres convidados e o programa de hoje, gostaria de rapidamente vos por a par de algumas actividades que esta direcção, que acabou de re iniciar funções por mais três anos, pretende realizar este ano.

Nas Jornadas Europeias do Património, em Setembro, temos a intenção de realizar aqui neste excelente espaço, um encontro sob o título “Cidades Vivas/Cidades Mortas – Diálogos”, onde se pretenderá reunir autarcas, arqueólogos, urbanistas, arquitectos e técnicos autárquicos para reflectir sobre a difícil convivência entre as cidades do séc XXI e os vestígios do nosso passado, que por vezes parecem “atrapalhar “ , entre aspas, o “progresso”, também entre aspas.

Igualmente se pretende que tenha lugar neste espaço, que comemora 10 anos da sua existência, um dos pólos do IV Encontro de História do Alentejo Litoral, organizado pelo Centro Cultural Emmerico Nunes, de Sines.

Foi também solicitado á Direcção Regional de Cultura do Alentejo, a cedência do espaço da cafetaria, para que possamos ali exibir e vender algum artesanato e produtos alimentares, de modo a potenciar a oferta aos visitantes, promover a nossa região e aumentar os nossos escassos recursos.

E um dos pontos fortes será o de estabelecer parcerias entre associações congéneres, de modo a fomentar as visitas, a troca de informação e o enriquecimento do nosso centro de documentação.

O tema deste ano do dia DIMS é, como se disse, “Água Cultura e Património”, tema cada mais na ordem do dia, porque sendo água fonte de vida, começa a ser, em alguns locais, um bem escasso e a sua gestão deverá ser cada vez mais cuidada e racional…aliás, a nossa relação não só com a água, com o meio que nos rodeia, deve ser cada vez mais uma relação de respeito, de integração e de desenvolvimento sustentável.

E esse desenvolvimento sustentável, raiz do progresso, e paradigma do séc. XXI, não é só com respeito ao meio ambiente e físico: a água, a vegetação, as riquezas minerais, a qualidade do ar, mas também em relação à paisagem, ao património, à memória e aos valores, que tanto tem sido postos à prova nos acontecimentos recentes em Portugal e no Mundo.

E para nos falar sobre esse paradigma e de como a defesa do património, de um património que não é nosso, mas que somos responsáveis por o manter e o levar até ás próximas gerações, nos pode levar a um atitude responsável de desenvolvimento sustentável, temos aqui o nosso bom amigo, que veio de Soria, em Espanha até Miróbriga, D. Amálio de Marichalar, para nos falar sobre o seu percurso desde Numancia até ao Séc. XXI.

Igualmente para nos ajudar a compreender a relação dos nossos antepassados romanos com a água, de como souberam tirar partido e gerir esse bem tão precioso, temos connosco a Dra. Pilar Reis, que com o seu conhecimento de Conímbriga certamente que trará uma melhor compreensão sobe este tema que tanto tem a ver com Miróbriga

Estava prevista a cerimónia de entrega da biblioteca do historiador Caetano Beirão, para o nosso Centro de Documentação, mas imprevistos logísticos levam-nos a adiar essa cerimonio para outra ocasião

Como já vem sendo hábito teremos um pequeno lanche, na cafetaria, para o qual todos estão convidados, e onde estará patente uma simples exposição de fotografia, que já esteve na Casa do Alentejo, denominada “Alentejanos no Facebook”, a qual será apresentada pela Dra. Filomena Barata, uma das responsáveis por esta singular iniciativa, também ela um exemplo de desenvolvimentos sustentável: um povo milenar, o Alentejano, a tirar partido da Sociedade do Conhecimento.

E para quem quiser, haverá a já tradicional visita a Miróbriga, guiada por uma das pessoas que melhor a conhece, a nossa grande amiga Filomena.

Queria agradecer a todos a vossa presença, e muito especialmente aos nossos oradores terem vindo de tão longe e lançando o apelo para quem não é sócio, que o faça e quem já o é, que pague as quotas.



Que passem uma boa tarde neste magnifico local

terça-feira, 12 de abril de 2011